domingo, 30 de janeiro de 2011

Miragem Inferior

No dia 29 de janeiro de 2011, na praia da Atami, eu acompanhava algumas aves migratórias que sempre voam de sul para norte pelo litoral do Paraná. Tomando fotos, uma delas captou duas coisas esquisitas no horizonte. O que seriam essas coisas, principalmente a da direita (logo à esquerda de uma bóia de segurança)?


São apenas navios. Ocorre que a imagem desses navios foi afetada por um fenômeno chamado miragem inferior. Trata-se do que acontece quando a superfície do mar está mais quente que o ar, provocando um desvio nos raios de luz de tal forma que o topo do navio parece se repetir embaixo, invertido.

Como dito, para isso acontecer, a água precisa estar mais quente que o ar de modo a defletir para cima os raios de luz que tangenciam a superfície. Apesar do dia estar muito quente na praia nesse dia, o mar estava ainda mais quente. Isso cria uma camada de ar muito quente sobre o mar, com uma brusca redução de temperatura nos primeiros centímetros acima da água.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aglomerado Ômega do Centauro

Ontem, dia 25 de janeiro, mexi em uma foto há muito tempo tirada. Foi na ocasião que estive na pousada Cainã em julho de 2010 tirando várias fotos do céu profundo, mostradas em uma postagem antiga, quase já com teias de aranha.

O objeto mostrado é um aglomerado de estrelas dito fechado, ou seja, uma região com muitas estrelas em pouco espaço. Esse recebe o nome de "Ômega do Centauro", na constelação do Centauro, situando-se nas proximidades do Cruzeiro do Sul. No céu de campo, é facilmente visível a olho nu.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Risco Preto na Lua - Solução

O risco preto na superfície lunar, referente à postagem anterior, trata-se de um grande degrau retilíneo no terreno. Como o Sol estava incidindo rasante àquela região, uma sombra foi produzida, dando a impressão de um risco preto.

Mais sobre esse degrau, em inglês (mas com fotos) aqui.

É uma boa característica da superfície da Lua para observações ao telescópio, com aumentos moderados a grandes. Deve ser interessante notar suas mudanças de acordo com a angulação do Sol.

Para quem quiser localizá-lo ao telescópio: entre no Google Earth, vá no menu Visualizar, clique em Explorar e depois em Lua, para acessar o Google Moon. Uma vez com o mapa da Lua na tela, digite no campo superior esquerdo "Rupes Recta" e clique na lupa logo à direita para visualizar o local.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Risco Preto na Lua

Muito estranho esse risco preto na superfície lunar. Eu estava observando a Lua ao telescópio na noite de 14 para 15 de janeiro, e notei um risco preto e retilínio. Inicialmente achei tratar-se de sujeira na lente, mas o risco se movia com a Lua.

Parecia um fio de cabelo bem esticado sobre a Lua... tentei tirar uma foto, mas não ficou lá essas coisas por ter sido feita nas coxas. Meio fora de foco, o risco ficou sem definição e não tão escuro. Mas está lá, dentro da marcação em azul

Que fenômeno físico pode ter provocado um acidente geográfico tão reto como esse?

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre a recente matéria quanto ao nosso signo

Tem sido divulgada pela mídia uma matéria sobre um astrônomo que “descobriu” que o calendário do zodíaco estava errado e que há um novo signo, além dos 12 tradicionais. Segundo a matéria, alguém de Capricórnio poderia ser de Sagitário, na verdade.

A matéria pode ser lida no link abaixo:

http://br.noticias.yahoo.com/s/13012011/48/manchetes-astronomo-afirma-calendario-zodiaco-errado.html

Para uma matéria ir a público, há que se passar por revisões de editores que não são da área à qual a matéria faz alusão. O resultado é uma matéria distorcida, apesar de baseada em fatos verdadeiros. Além disso, há a possibilidade de alguém querer promover o seu instituto, publicando uma matéria de repercussão.

Primeiramente, o que é signo? O que significa dizer que alguém é de Câncer, por exemplo? Simplesmente, que o Sol estava na frente da constelação de Câncer quando do nascimento da pessoa.

Mas realmente, alguém nascido em 6 de julho por exemplo, vindo a ser de Câncer segundo a Astrologia tradicional, pode pegar qualquer software de simulação do céu (como o Stellarium, um software livre que simula o céu em qualquer local do mundo em qualquer data e em qualquer horário) e tirar a prova. Ela pode mudar a data para a do seu nascimento, ligar as constelações e ver “dentro” de qual constelação o Sol se encontrava. Provavelmente teria uma surpresa, pois o Sol seria mostrado dentro de Gêmeos, vizinha do Câncer. Então a pessoa nascida em 6 de julho é de Gêmeos? Sim, segundo a astronomia. Não, segundo a astrologia tradicional. Explico mais abaixo.

O Sol em Gêmeos no dia 6 de julho de 2010

O que foi publicado na matéria acima já era conhecido há pelo menos 2140 anos, desde Hiparco. Não foi “descoberto” agora. Qualquer software de simulação do céu mostra esse conhecimento. O que ocorreu foi que, em função de um determinado movimento da Terra chamado Precessão, ocorre uma lenta “rotação das constelações” se consideradas as mesmas datas em anos subsequentes. O movimento completo dura 26 mil anos. O calendário astrológico tradicional remonta há uns 3 mil anos, então já houve uma considerável mudança na posição das constelações até os dias de hoje. Mas o calendário astrológico tradicional não foi mudado. Se a pessoa nascida em 6 de julho simular o céu no dia do seu nascimento mas há 3 mil anos, verá o Sol realmente dentro de Câncer.

O Sol em Câncer no dia 6 de julho de 1000 A.C.

Além de tudo isso, em dezembro o Sol "cruza" uma constelação que não consta na lista tradicional, chamada Ofiúco. Por vezes essa constelação é chamada "O Décimo Terceiro Signo do Zodíaco".

Portanto, cuidado: nada de novo na matéria acima! Todo o conhecimento descrito lá já havia sido descoberto há milhares de anos! Não se deixem enganar por matérias aparentemente de impacto!

Também não deixem de ter o devido respeito tanto aos astrônomos como aos astrólogos. Os astrônomos fazem o seu trabalho com dedicação, e os astrólogos também fazem o seu, com a mesma dedicação.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Iridescência em Curitiba

Foi um pôr do Sol ativo o do dia 8 de janeiro de 2011 em Curitiba. Um complicado fenômeno físico chamado difração da luz conferiu às nuvens um aspecto metalizado, com belas cores dominadas por vermelho, verde e rosa. À medida que as nuvens iam passando e alterando seus formatos, as manchas coloridas iam igualmente se alterando, como se grandes pinceladas divinas fossem retocando uma pintura em uma grande tela da natureza.





Chuvisco com Céu Limpo

Algo estranho ocorreu na sexta-feira dia 7 de janeiro à noite em Curitiba. Eu estava com a Cristhiane do lado de fora da casa dela espiando o céu, e nós dois sentíamos pequenas gotas caindo esporadicamente sobre nós. Eram gotas pequenas, mas maiores que as de uma garoa. E realmente eram esporádicas, uma a cada alguns segundos. Mas elas estavam lá, caindo sobre nós. O que nos intrigou foi que não havia nuvem que pudesse produzir chuva!

Havia algumas nuvens baixas esporádicas que passavam, mas bem pequenas e muito espaçadas. Quando uma determinada nuvem ia embora, deixando o céu sobre nós completamente limpo, as gotas continuavam! As estrelas brilhavam, e as gotas continuavam a cair esporadicamente!

Tampouco havia algo que pudesse liberar água, como árvores em volta próximas do nosso local. E praticamente não havia vento.

Não sei... isso requer uma investigação mais complexa, demorada e minuciosa.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Pequenos halos de 04/01

Ontem, dia 4 de janeiro, fomos agraciados por um halo circular e um arco circum-horizontal em Curitiba (ou simplesmente ACH). O ACH, normalmente um halo longo, estava bem restrito devido à reduzida extensão da nuvem que o provocava. Também não estava muito forte, mas valeu!

Em cima o halo circular, e bem na ponta da nuvem está o arco circum-horizontal.

O arco circum-horizontal em detalhe.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Vôo BH - Curitiba

No dia 3 de janeiro de 2011 fiz um vôo entre Belo Horizonte, onde passava férias na casa dos meus pais com minha noiva, e Curitiba. Tendo chegado dia 24 de dezembro em BH, peguei apenas chuva por lá durante toda minha estadia, com no máximo 30 minutos de sol direto. No dia 3 não estava diferente.

Tendo escolhido uma poltrona do lado esquerdo (de quem olha para a frente do avião), evitei ficar do lado do Sol. Levei sorte, pois no começo do vôo pude ver alguns pequenos arco-íris entre as nuvens que deram algumas brechas. Logo depois, lá pela metade do vôo, apareceu um fenômeno chamado "arco-iris de nuvem". Trata-se de do equivalente ao arco-íris convencional quando, ao invés da chuva, temos as gotículas de água que compõem as nuvens. Infelizmente o sol não estava forte sobre a superfície das nuvens, deixando o "arco-íris" mais fraco do que poderia ficar.


Logo depois, mais um pequeno arco-íris comum.


Ao atravessarmos a fronteira entre os estados de SP e PR, o tempo melhoru bastante. Mas na região de Curitiba havia algumas chuvas isoladas e muitas aberturas no céu, deixando o sol iluminá-las. Resultado: mais arco-íris na descida.



Depois, pousamos em uma pista molhada.