terça-feira, 2 de julho de 2013
Encontro Brasileiro de Astrofotografia
Neste sábado próximo (dia 6 de julho) estarei indo para o 6º Encontro Brasileiro de Astrofotografia (EBA), realizado todos os anos no mês de julho perto da cidade de Alto Paraíso de Goias. Será minha primeira participação nesse encontro, que reúne a nata da astrofotografia brasileira. Estou empolgado, não só pelo fato de permanecer 4 noites em um local propício para esse tipo de prática, mas também por encontrar e conhecer colegas com o mesmo gosto e que conhecem profundamente o assunto. Tenho certeza que aprenderei muito, já que em Curitiba quase não tenho chance de praticar astrofotografia.
Esses dias chegou em minha mão uma autoguiadora da Orion. Para nivelamento de informação, uma autoguiadora é um dispositivo que corrige pequenos erros de guiagem de uma montagem equatorial (a montagem é uma espécie de tripé motorizado que acompanha a rotação da Terra para fotografias de longa exposição). Estarei levando ao evento para inaugurá-la em campo.
Ainda montarei uma lista de objetos de céu profundo que vou querer fotografar, mas já tenho em mente alguns como as nebulosas Véu do Leste e Véu do Oeste, nebulosa da América do Norte, nebulosa da Carina, NGC 6231, além dos diversos objetos em Escorpião e Sagitário. Depois ainda vão mirar galáxias, como Andrômeda, Leo Triplet, NGC 55 e por aí vai.
Após essa viagem de 4 dias ainda farei outras duas por conta das férias, retornando a Curitiba no dia 19 de julho. Após essa data postarei aqui minhas considerações sobre o evento.
Vamos ver!!!
segunda-feira, 13 de maio de 2013
Vôo Curitiba - Rio de Janeiro
No dia 6 de maio fiz um vôo entre Curitiba e o Rio de Janeiro. Ele estava programado para sair às 16:25, com duração estimada de 1h e 20min, o que me faria pegar o pôr do Sol em rota, talvez no início da descida.
Mas o vôo saiu com uma hora de atraso (30 minutos devido a uma tempestade no Rio de Janeiro pela manhã, o que segurou o avião por lá no início de sua empreitada diária, e 30 minutos por falta de tripulação). Assim, o pôr do Sol se deu no início da fase de cruzeiro, e pude ver todo o anoitecer de lá de cima.
Já havia reservado uma poltrona à janela esquerda para isso. E apesar do Sol ter se posto muito para trás, em um ângulo difícil de se fazer fotos da janela do avião, o crepúsculo foi maravilhoso. O planeta Júpiter foi o primeiro a aparecer, mas a sombra da Terra (que primeiro se ergueu no lado oposto no conhecido Cinturão de Vênus), passou para o meu lado mais tarde e deu um show à parte. A sombra da Terra, quando vista no mesmo lado do poente, caracteriza-se por uma brusca mudança de cor amarela ou laranja no céu para o azul. A impressão que dá é que o céu é uma pintura, e que tinta amarela ou laranja é acrescentada contra um fundo azul, criando um destaque para ela.
E não foi só isso. Além de Júpiter, vislumbrei um pontinho que parecia também um planeta, bem próximo da borda da "tintura" laranja. Achei que fosse Mercúrio no momento, mas no dia seguinte descobri que era Vênus.
Já descendo para o Rio de Janeiro, havia ainda um último laranja no horizonte contra um céu quase preto. Inesquecível.
Clique na foto para ampliá-la e ver Vênus. É um pontinho na região amarela, já perto do azul, um pouco à esquerda do centro. |
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Palestra sábado dia 27
Olá pessoal, no sábado dia 27 de abril darei uma palestra no Colégio Estadual do Paraná, entitulada "Astronomia no Avião - Aprenda a Observar o Céu e a Terra durante seu Vôo". Trata-se de uma palestra do mini-curso de astronomia para a comunidade, oferecido pelo Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná, do qual pertenço. Será às 19 horas, provavelmente ou no planetário ou na sala 113.
Abaixo, uma foto mostrando a cuvatura da Terra visto de um vôo entre São Luis e Brasília. Tomei o cuidado de deixar o horizonte passar pelo centro do enquadramento, para não haver curvatura induzida pela lente da câmera.
Abaixo, uma foto mostrando a cuvatura da Terra visto de um vôo entre São Luis e Brasília. Tomei o cuidado de deixar o horizonte passar pelo centro do enquadramento, para não haver curvatura induzida pela lente da câmera.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Sírius
Sírius é a estrela mais brilhante do céu do
nosso planeta.
Pertence à constelação do Cão Maior, não muito longe de Órion com
sua Três
Marias. Aliás, as Três Marias praticamente apontam para Sirius.
Essa estrela pode ser mais surpreendente ainda
quando baixa
no horizonte. Os efeitos da nossa atmosfera instável, com sua
turbulência,
desviam ligeiramente os raios de luz da estrela, separando as
diversas cores
que compõem seu espectro. Como resultado, ela começa a cintilar
mais
intensamente, mostrando várias cores, como se fosse a luz de uma
discoteca. As
mudanças de cores são muito rápidas, mas podemos perceber
vemelhos, verdes,
azuis, magentas, amarelos... enfim, uma rápida sucessão de cores
vivas.
Há uma brincadeira clássica entre os fotógrafos
de se deixar
o obturador da câmera aberto e balançar a câmera apontada para
Sirius. As
várias cores ficam registradas em uma linha entrelaçada. No dia 5
de abril
resolvi fazer essa brincadeira, e algumas outras, com a estrela. O
resultado da
brincadeira clássica está na foto abaixo.
Na brincadeira seguinte, coloquei a câmera
acoplada a um
telescópio sobre uma montagem equatorial (equipamento que
acompanha a rotação
da Terra). Estando a montagem solta (não travada) fiz um movimento
com a câmera
de modo que a estrela percorresse uma linha reta no enquadramento
durante
aproximadamente 1 segundo.
Então, resolvi fazer um pequeno vídeo em time lapse da estrela vista no telescópio, desfocada. Este vídeo está no youtube no seguinte link:
http://www.youtube.com/watch?v=s9DNVR8uhSE
Aliás, é uma bela visão apontarmos um
telescópio ou mesmo
binóculo para Sirius baixa no céu e desfocarmos o equipamento. O
resultado é um
círculo pululante de cores.
Quando Sirius estava para se pôr, resolvi
deixar a câmera e
o telescópio registrando seu ocaso. Contudo, as cores não eram mais
visíveis.
quarta-feira, 6 de março de 2013
O Cometa Pastarrs em Curitiba
Ontem, dia 5 de março de 2013, tive minha primeira visão a olho nu do cometa Panstarrs. Foi de casa mesmo, em Curitiba, então fiquei imaginando como seria do campo aberto, longe da cidade. Mesmo assim, foi uma visão que ficará na memória para sempre. Há 6 anos não vejo um cometa a olho nu, sendo esse último o grande cometa do século McNaught, em janeiro e fevereiro de 2007.
A imagem ao binóculo foi espetacular. Estava com um núcleo muito forte, e a cauda era facilmente visível. A oilho nu, a cauda era visível com visão periférica.
Mas houve muito esforço para eu conseguir ter essa visão. Na quinta-feira dia 28 de fevereiro fui ao observatório na cidade vizinha de Campo Magro, mas o céu fechou na hora que estava escurecendo. Outros dias também foram nublados em Curitiba, E o dia 5 parecia seguir a tendência. Uma grande tempestade se abateu próxiumo ao meio-dia, e depois choveu grande parte da tarde. Mas faltando 1 hora para o pôr do Sol o céu abriu a oeste, onde o cometa se localizava. Com a atmosfera límpida devido à passagem desse sistema climático, a visão do cometa foi favorecida após o pôr do Sol.
Também consegui avistar o cometa Lemmon nos dias 24 de fevereiro em Curitiba, e no dia 2 de março no observatório de Campo Magro.
Cometa Lemmon em Campo Magro, PR, em 2 de março de 2013. |
Cometa Lemmon em Curitiba, em 24 de fevereiro de 2013 |
domingo, 17 de fevereiro de 2013
Eventos do dia 15/02 - Meteoro, asteroide, cometa, parélio
Olá pessoal, realmente a sexta-feira passada, dia 15 de fevereiro, foi um dia cheio! Já estava prevista para essa data a passagem do asteroide 2012 DA14, com 50 ou 60 metros de tamanho, desde o ano passado. O Brasil não estava bem posicionado para sua observação, requerendo para isso instrumentos grandes. Mas Daniel López, nas Ilhas Canárias, fez um belo vídeo da sua passagem:
http://apod.nasa.gov/apod/ap130217.html
Mas os russos viram mais: um meteoro, muito provavelmente sem relação com o asteroide, provocou uma onda de choque que feriu mais de 1000 pessoas, algumas horas antes da passagem do asteroide. Muitos vídeos circularam pela internet, mas a meu ver a página com a melhor coleção de vídeos é esta, de Alexander, Zaytsev:
http://say26.com/meteorite-in-russia-all-videos-in-one-place
Mas meu dia não tinha acabado. No final da tarde em Curitiba, houve a formação de um tênue parélio e um halo circular. Decidi fazer um vídeo em time-lapse pegando o evento, terminando no início do anoitecer:
http://www.youtube.com/watch?v=XYGCghRVzQI
E duas das fotos que fiz:
Depois do anoitecer, deliciei-me com a primeira noite sem muitas nuvens em Curitiba depois de várias semanas de céu permanentemente nublado. Aliás, acho que foi a terceira ou quarta noite com estrelas em todo o ano de 2013. Sob as grandes limitações de um céu poluido pelas luzes da cidade, tive que fazer muita mágica para revelar um pouco do cometa Lemmon, que desbancou o cometa Panstarrs em brilho. Hoje esse cometa já está atingindo o limiar da visibilidade a olho nu em um céu sem poluição luminosa. A propósito, nesse dia, o cometa fez sua maior aproximação do aglomerado estelar chamado 47 Tucana, um lindo aglomerado bem compacto.
O cometa Lemmon, a manchinha esverdeada embaixo, e o aglomerado 47 Tucana, em cima, na mesma vertical do cometa. |
O cometa Lemmon, fotografado da grande cidade com telescópio de 600mm de distância focal e 6 segundos de exposição. |
Agora é esperar os próximos fenômenos.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Cometas de 2013
Olá pessoal,
Este ano de 2013 pode ser um ano bom com relação a cometas. No presente momento temos dois cometas se aproximando do Sistema Solar interno e, portanto, da Terra. Um deles é o Panstarrs, e o outro é o Lemon. Em novembro, se tivermos sorte, ainda poderemos ter o cometa Ison.
Esses cometas ainda estão invisíveis a olho nu, portanto binóculos ou telescópios são necessários para se ver seus núcleos. O cometa Lemmon está com brilho maior que o Panstarrs e, portanto, tem sido alvo de caçadas por parte dos astrônomos amadores. Se você quiser tentar vê-lo, pegue um binóculo e o procure nos locais indicados na carta abaixo onde a posição do cometa está plotada para cada dois dias.
Caminho do cometa Lemmon em fevereiro de 2013. Fonte: http://www.psychohistorian.org/display_article.php?id=201301231248_comet_lemmon.content |
Lembre-se de se afastar da cidade grande, caso esteja em uma delas.
Boa sorte!
domingo, 20 de janeiro de 2013
Cometas de 2013
Este ano há pelo menos 2 cometas para observarmos, ambos em março, chamados Panstarrs e Lemmon. Um outro, o Ison, pode fazer seu show em novembro caso resista à sua aproximação com o Sol sem se evaporar completamente.
Os dois cometas de março já estão visíveis com instrumentos, sendo que consegui uma foto do Lemmon no começo da madrugada de 19 de janeiro na praia de Atami, litoral do Paraná. Ainda está sem cauda por estar ainda longe, mas o que me chamou a atenção foi sua posição singular. Ele estava exatamente dentro da constelação do Cruzeiro do Sul, exatamente sobre o cruzamento das linhas que fazem a cruz.
As condições do tempo eram extremamente desfavoráveis. Nas duas noites que passei na praia, o Cruzeiro do Sul só se fez visível por 45 segundos na primeira noite. Tive que correr com a foto!
Na foto, as estrelas do cruzeiro estão nos cantos. O cometa é a mancha verde, e embaixo está o aglomerado Caixa de Jóias. Pretendo acompanhar a evolução dos dois cometas, sendo que em março pretendo me preparar para o show do Panstarrs. Caso se confirme esse show, vale a pena vocês se prepararem também, pois poderemos ter uma bela cauda após o pôr do Sol nas duas primeiras semanas do mês!
Os dois cometas de março já estão visíveis com instrumentos, sendo que consegui uma foto do Lemmon no começo da madrugada de 19 de janeiro na praia de Atami, litoral do Paraná. Ainda está sem cauda por estar ainda longe, mas o que me chamou a atenção foi sua posição singular. Ele estava exatamente dentro da constelação do Cruzeiro do Sul, exatamente sobre o cruzamento das linhas que fazem a cruz.
As condições do tempo eram extremamente desfavoráveis. Nas duas noites que passei na praia, o Cruzeiro do Sul só se fez visível por 45 segundos na primeira noite. Tive que correr com a foto!
Na foto, as estrelas do cruzeiro estão nos cantos. O cometa é a mancha verde, e embaixo está o aglomerado Caixa de Jóias. Pretendo acompanhar a evolução dos dois cometas, sendo que em março pretendo me preparar para o show do Panstarrs. Caso se confirme esse show, vale a pena vocês se prepararem também, pois poderemos ter uma bela cauda após o pôr do Sol nas duas primeiras semanas do mês!
Cometa Lemmon, a mancha verde um pouco à esquerda do centro |
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