sábado, 25 de dezembro de 2010

Resultados do Eclipse

Apesar da previsão da entrada de uma pequena frente fria em Curitiba na madrugada de terça-feira, dia 21, obtive sucesso com o eclipse. Acordei às 4:20 da manhã e fui à janela do quarto. A Lua não aparecia, havia uma nuvem se estendendo por quase todo o céu, deixando apenas uma pequena parte descoberta no horizonte oeste. Ela estava logo acima da beirada da nuvem, escondida. Mas essa nuvem estava se movendo lentamente para leste, e em 10 minutos a Lua apareceu. Foi o momento em que a sombra da Terra começou a cobri-la, dando inicio à fase parcial do eclipse.

A fase parcial durou de 4:30 até 5:40 e pude vê-la quase totalmente, com poucas nuvens interferindo. Aliás, quando a Lua ainda estava com brilho forte, algumas dessas nuvens logo acima da Lua assumiram tons coloridos por conta de um fenômeno chamado iridescência.

A sombra da Terra avançava vagarosa mas decididamente, cobrindo a Lua cada vez mais.


Na parte obscurecida, a Lua assumiu um tom vermelho muito bonito, tando a olho nu quanto ao telescópio.


E para completar, ela estava baixa no céu, compondo uma bela vista com o horizonte da cidade.


Às 5:40 teve início à fase total do eclipse, com a sombra da Terra finalmente tendo feito seu trabalho, bloqueando toda a luz direta do Sol sobre a Lua. O dia começou a clarear. A Lua estava totalmente agraciada com o tom vermelho, e o céu azul escuro como pano de fundo conferia à cena um toque especial.






Às 6:05 a Lua sumiu atrás de uma nuvem no horizonte e não apareceria mais. Mas o eclipse foi um sucesso, uma bela composição de azul e vermelho que se completavam.

Por volta desse horário o Sol, que nasceria em mais uns 10 ou 15 minutos, já agraciavam as nuvens do lado leste com o mesmo tom avermelhado que a Lua havia assumido.


São iagens que ficarão na minha memória.

P.S. Todos os horários aqui citados estão no horário brasileiro de verão, ou seja, 2 horas a menos que o GMT.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Eclipse da Lua dia 21/12

Atenção pessoal, teremos um eclipse total da Lua no amanhecer do dia 21 de dezembro. A Lua estará a oeste, baixa no horizonte, não muito longe das Três Marias (de Órion). Alguns horários aproximados importantes (todos os horários expressos no horário de verão de Brasília, ou 2 horas a menos que o GMT):

- 04:35: A sombra da Terra começará a cobrir a Lua, dando início à fase parcial do eclipse;
- 05:40: A sombra da Terra cobrirá totalmente a Lua, dando início à fase total do Eclipse;
- 06:52: A sombra da Terra começará a descobrir a Lua, dando final à fase total do eclipse (para as cidades onde o Sol ainda não tiver nascido);
- 08:00: A sombra da Terra deixa totalmente a Lua, dando final á fase parcial do eclipse (somente visível em pouquíssimas áreas do Norte do país).

Antes das 04:35 e depois das 8 horas ainda teremos a fase penumbral do eclipse, uma fase pouco visível. A primeira fase penumbral começa às 03:30.

No Sul, Sudeste, parte do Centro-Oeste e grande parte do Nordeste do Brazil o dia já estará amanhecendo quando o eclipse total se iniciar. Não deve deixar de ser uma visão diferente, com a Lua em sua coloração avermelhada característica dos eclipses totais contra um fundo de céu azul escuro. A proximidade do horizonte também deve conferir um aspecto diferente à cena, especialmente por causa da ilusão que o Sol e a Lua parecem maiores quando baixas.

No Norte do Brasil o dia somente começará a amanhecer durante a totalidade. O início da totalidade se dará com o céu escuro ainda.

Aproveitem!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Iridescência

Hoje estava eu olhando as nuvens no final da tarde, quando reparei algumas que poderiam ocasionar um fenômeno chamado iridescência. Mas esse fenômeno ocorre próximo ao Sol, e nesta época do ano não consigo ver o Sol do meu apartamento no final da tarde. Exceto... talvez esticando o pescoço para fora da janela do quarto de casal...

Foi o que decidi fazer e fui muito bem recompensado! Estava lá uma iridescência muito bonita! Corri então para pegar a câmera. Ela já estava mais fraca no momento que tomei as fotos, mas ainda estava bonita.



O padrão colorido nas nuvens, à esquerda, é a iridescência. É causado por um complicado fenômeno físico chamado difração, que ocorre com a luz solar ao incidir sobre as gotículas de água que formam as nuvens. Como ocorre próximo ao Sol, tive que baixar bastante a exposição da máquina fotográfica, de modo que o céu azul acabou aparecendo quase preto nas fotos.

Mais informações sobre iridescência, em inglês, no site Atmospheric Optics, do Les Cowley:

http://www.atoptics.co.uk/droplets/irid1.htm

sábado, 20 de novembro de 2010

Astrofotografias de 3 de novembro

No dia 3 de novembro, quarta-feira, fiz uma incursão à pousada Cainã para tirar algumas fotos do céu. A região de Curitiba estava experimentanto tempo aberto e agradável havia muitos dias, incluindo todo o feriadão de 2 de novembro (exceto na noite de sexta para sábado), e essa condição continuava no dia 3. Mas eu passei o feriado em Minas Gerais com minha noiva, onde o tempo não colaborou, culminando com muita chuva no domingo e na segunda. Era hora de recuperar as energias!

Um amigo, o Anderson, me acompanhou. Resolvi fotografar objetos mais fracos, para depois pegar alguns mais clássicos. Comecei com a Nebulosa Véu do Leste e a Véu do Oeste, remanescentes de uma explosão estelar. A do Oeste não ficou muito boa, mas deixo aqui a Véu do Leste.


Enquanto isso eu e o Anderson olhávamos pelo telescópio alguns objetos, como as duas Nuvens de Magalhães. Na sequência fui fotografar a Galáxia de Andrômeda, a única galáxia que vemos a olho nu com exceção das Nuvens de Magalhães.


O Anderson então me sugeriu ir para a Galáxia do Triângulo, ali na mesma região do céu. É uma galáxia fraca mas resolvi tentar.


Pretendia então fotografar as Nuvens de Magalhães, galáxias bem mais fortes e grandes. Mas explodiu um transformador ao longe e a energia na Cainã acabou. Como eu estava tanto com a câmera fotográfica como o tripé motorizado ligados na energia, a festa acabou. Mas logo depois, enquanto eu ajeitava as coisas para ir embora, algumas nuvens surgiram no céu para o lado de Curitiba. Iluminadas pelas luzes da cidade, adquiriram um belo tom avermelhado na paisagem da pousada. Além disso a constelação de Orion, com suas Três Marias, já havia nascido e estava misturada a essas nuvens.


Foi uma bela noite, pude aproveitar muito! Além das fotos vi pelo telescópio vários objetos dos quais estava muito saudoso!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Cumulus Humilis

Hoje foi um dia de tempo seco e estável em Curitiba. Normalmente, com tempo seco, o céu amanhece limpo, depois formam-se algumas nuvens estilo cogumelos no céu à tarde, e à noite elas desaparecem. São as nuvens cumulus, típicas de tempo bom.

As cumulus têm vários estágios de desenvolvimento. Ao aparecerem elas são normalmente pequenas, com alturas menores que suas bases. São as cumulus humilis. Pode ocorrer de, com um desenvolvimento posterior, suas alturas fiquem iguais às suas bases, passando então ao estágio de cumulus mediocris.

Se for um dia bem quente as cumulus continuam se desenvolvendo e acabam colando-se umas às outras, formando grandes paredões de nuvens. São as cumulus congestus. E, caso haja energia para mais desenvolvimento, elas se transformam na mais ameaçadora e agressiva das cumulus, as que provocam as grandes tempestades de verão, com pancadas rápidas de chuva pesada. São as cumulu-nimbus.

Hoje em Curitiba elas chegaram apenas ao primeiro estágio, a humilis, com algumas cumulus mediocris isoladas no começo da tarde, devido à ausência de um aquecimento mais acentuado.

Nuvens Cumulus humilis

domingo, 7 de novembro de 2010

Halo solar em Curitiba

No dia 5 de novembro à noite houve a entrada de uma frente fria em Curitiba. Essa frente durou apenas algumas horas, mas nuvens altas se formaram na sua dianteira. Essas nuvens, com seus cristais de gelo, provocaram a formação de um halo solar em Curitiba durante o dia.

Os cristais têm o formato de placas hexagonais. Essa geometria permite a formação dos halos.

Para registro: as fotos abaixo foram tiradas por volta das 13:30, horário de verão local. Antes, lá pelas 10 horas, houve o início da formação de um halo circunscrito, fazendo uma bela composição com o halo circular. Mas não ficou muito forte.





quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Flash Azul

Ontem, dia 6 de outubro de 2010, o céu estava muito límpido em Curitiba, resultado de uma frente fria que havia passado e provocado a dispersão dos poluentes. Assim, durante o dia, o azul estava muito vívido e o Sol, mesmo ao chegar no horizonte, estava extremamente forte.

Mesmo assim consegui capturar um fenômeno chamado flash azul. Devido ao perfil vertical de temperatura da nossa atmosfera, a luz do Sol é levemente desviada de várias formas no seu caminho até o observador por refração. A forma do Sol, em alguns casos, pode ficar bastante distorcida. Como cada cor do espectro solar (vermelho, verde, azul e as outras cores) se desvia de uma maneira diferente, acaba ocorrendo a separação de cores na região próxima do limbo solar. Em alguns casos, quando acompanhamos o pôr do Sol ao telescópio ou binóculo munidos dos filtros próprios, notamos às vezes alguma parte astro que aparenta se desprender do resto, causando um pequeno flash de luz. Mas o flash mais comum é o verde, chamado flash verde. O flash azul é mais raro, devido à dificuldade da luz azul em viajar toda a extensão da nossa atmosfera até o observador sem se dispersar.

Na foto abaixo, uma pequena parte no topo do limbo solar parece estar quase separada do disco principal, e nas bordas dessa partezinha há uma coloração azulada, até meio roxa. É o flash azul.

Clique na foto para ampliá-la.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Ar continua Péssimo

As condições do ar continuam péssimas em Curitiba e em grande parte do país. Não há nenhuma nuvem no céu de hoje (dia 22), mesmo assim a foto mostra um azul pálido, quase sem cor, devido à fumaça presa nos níveis inferiores da atmosfera. A foto da postagem anterior, tirada há algumas semanas, mostra um azul vívido. Mas foi apenas uma situação isolada. A fumaça continua a dominar a paisagem em nível interestadual.

Esse bloqueio da fumaça é causado pelo mesmo fenômeno que causa um aumento substancial da temperarura: às 12:30 do dia 20 fazia 11C em Curitiba, no mesmo horário do dia 21 fazia 14,4C e hoje, também às 12:30 faz 26C! Esse fenômeno, chamado subsidência, caracteriza-se por um aquecimento do ar à medida que ele desce dos altos níveis.

domingo, 5 de setembro de 2010

A Volta do Céu Azul em Curitiba

Hoje tive uma surpresa ao me levantar: o céu estava azul vívido! Depois de meados de agosto, quando o problema da seca e das altas temperaturas começou, não se via um céu azul em Curitiba e em boa parte do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. O que se via, era, um céu azulzinho pálido, resultado do acúmulo de poluentes e partículas na atmosfera, presos por um fenômeno chamado subsidência do ar.

Mas uma pequena frente fria resolveu o problema. Ela chegou ontem à noite, sem fechar o tempo, mas alterando os ventos de modo a aumentar as condições de dispersão da atmosfera. Fortes ventos na superfície e em altas altitudes carregaram os poluentes para longe.

Ontem a temperatura chegou a 30 graus em Curitiba, com um ar altamente poluído, e de madrugada chegou a 7, com um ar super límpido.

Manhã em Curitiba, às 9:40. Temperatura 15,8C

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sol Manchado

Em relação à postagem anterior, a poluição e o calor continuam no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, exceto no Rio Grande do Sul. Em Curitiba o Sol continua se ponto bem avermelhado... isso quando ele consegue chegar até o horizonte.

Hoje foi um dia que ele não conseguiu. Mas, aproveitando-me da condição adversa do acúmulo de poluentes no ar de Curitiba, resolvi checar no site Space Weather (www.spaceweather.com) a existência de alguma mancha solar no lado do Sol voltado para a Terra. Realmente havia algumas, pequenas. Assim, resolvi tentar algumas fotos do Sol altamente filtrado pela poluição. Para ver a mancha, clique na foto para trazer a versão em alta resolução. Ela está bem embaixo do disco solar.


Ela é muito pequena e tênue. Talvez você precise dar uma procurada antes de achá-la.

Precisa de ajuda? Aqui vai:



Tá, eu coloco o Sol maiorzão:


Nessa última foto dá para ver, também, uma mancha próxima ao centro do disco.

sábado, 21 de agosto de 2010

Inversão Térmica em Curitiba

Quem esteve atento às condições atmosféricas em Curitiba nesses últimos dias, notou que o céu de dia está um azul bastante pálido, o sol brilha fraco mesmo ao meio-dia e, no horizonte, uma grande faixa marrom ou esbranquiçada domina o cenário. São poluentes, presos sobre a cidade.

O fenômeno físico responsável pelo acúmulo de poluentes sobre Curitiba é a inversão térmica. Isso ocorre quando a temperatura, normalmente menor quanto mais alto estamos, passa a ter um perfil inverso. Ou seja, nas primeiras dezenas ou centenas de metros a temperatura aumenta com a altura. Um perfil de temperatura nesse estado causa um bloqueio nas correntes ascendentes de ar, prendendo sobre a superfície um ar cada vez mais carregado de poluentes. A cada dia que passa mais sujeira é adicionada à atmosfera, e praticamente não há renovação do ar.

A inversão térmica, por sua vez, é causada por um fenômeno chamado subsidência do ar. Uma grande camada de ar, a grande altitude, desce em direção à superfície. O ar descendente encontra uma atmosfera mais densa aqui embaixo, e se comprime. Lembrando então das aulas de Física do segundo grau, quando o professor ou professora explicou sobre a Lei dos Gases, um gás (neste caso o ar) em compressão esquenta. Ele sofre um processo chamado compressão adiabática. Por isso Curitiba (e muitos outros locais) tem tido temperaturas altas para a época.

Poluição em Curitiba...

Mais poluição em Curitiba...

E mais poluição em Curitiba. O Sol não conseguiu chegar ao horizonte no dia 21 de agosto.

domingo, 15 de agosto de 2010

Miragem

A miragem não ocorre apenas nas lendas dos andarilhos por desertos, que encontram um lago após dias sem água, somente para se aproximarem e se darem conta que o tal lago foi apenas uma "miragem". Esse fenômeno está presente no nosso dia-a-dia. Uma miragem bastante comum é a aparição de imagens invertidas de árvores, casas ou carros distantes sobre o asfalto de uma pista.

O sol intenso da tarde do dia 14 de agosto em Curitiba esquentou a parede externa do prédio onde moro de tal forma que se produziu uma miragem ao se olhar para baixo. A temperatura do ar era de 13C, mas o ar imediatamente em contato com a parede estava bem mais quente. Essa camada de ar quente produziu desvios nos raios de luz vindos do chão lá embaixo antes de chegarem aos meus olhos.

Na foto, a estrutura lá embaixo não tem aquele ângulo perto do prédio. O que se vê, na realidade, é quase um reflexo, como se houvesse um espelho. A imagem após a foto explica que o que se vê para baixo da linha da miragem, em vermelho, é o que está acima dela, invertido.



Encontro de Planetas II

O encontro de planetas mostrada na postagem anterior ainda está bastante aparente. Nos dias 12 e 13 de agosto a Lua em fino crescente se juntou ao bolo já formado por Vênus, Marte e Saturno, com o planeta Mercúrio abaixo deles. Coincidentemente no dia 12, em Curitiba, houve um flare do satélite Iridium, ou seja, um lampejo de luz causado pelo reflexo da luz solar sobre uma antena de um daqueles satélites. Fiz, então, três fotos lado a lado para montar uma panorâmica onde aparecesse a conjunção e o flare.

As fotos foram feitas da casa da minha namorada. Na panorâmica resultante, a conjunção está à esquerda e o flare à direita.

E fiquem ligados pois, apesar da Lua ter se afastado, a conjunção ainda continua!



segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Encontro de Planetas

O inverno em Minas Gerais realmente é bárbaro para se olhar o céu. No sábado, dia 31 de julho, estava eu no encontro da família chamado Conbel, ou Congresso dos Belisários. Esse encontro foi realizado em uma pousada da Serra do Cipó, a aproximadamente 100km de Belo Horizonte. O dia estava lindo e quente. A noite, esplêndida! Minha namorada conheceu a região central da Via Láctea, bem evidente naquele lugar longe de grandes cidades. E nós vimos o encontro dos planetas Mercúrio, Vênus, Marte e Saturno sobre o horizonte oeste.

A propósito, também vimos o planeta Vênus a olho nu às 15 horas.


A foto acima mostra a estrela Regulus, do Leão, logo acima do horizonte entre as árvores. Logo na sequência vem o planeta Mercúrio. Vênus é o mais forte, e acima dele estão Marte, à esquerda, e Saturno, à direita.

domingo, 25 de julho de 2010

Fotos do Eclipse Solar Total - por Mário Sérgio

Olá pessoal, meu amigo e colega do Clube de Astronomia, Mário Sérgio Teixeira de Freitas, mandou algumas fotos do eclipse solar total na Ilha da Páscoa, ocorrido no dia 11 de julho.

http://www.pessoal.utfpr.edu.br/msergio/Rapanui2010-eclipse-pt.htm

Vôo Curitiba - Belo Horizonte

No dia 24 de julho de 2010 fiz um vôo entre Curitiba e Belo Horizonte. O vôo em si foi muito tranquilo, sem turbulência em todo o trajeto de 980km. O avião saiu às 20 horas de Curitiba, já noite.

Durante a compra da passagem já havia reservado minha poltrona à janela esquerda da aeronave. Lá em cima, fiz a festa! Do lado esquerdo vi os planetas Mercúrio, Vênus, Marte e Saturno. Pouco depois avião passou sobre a cidade de São Paulo, a 11 mil metros de altitude.

A cidade de São Paulo

Proximidades de São Paulo


Mas o que me cativou muito foi o tênue brilho da Lua quase cheia, que estava no outro lado. Lá de cima a atmosfera apresentava um brilho azulado próximo ao horizonte, numa faixa estreita. Era como se fosse uma fumaça, mas uma fumaça com uma cor natural e bela. Enquanto pequenas cidades passavam lá em baixo, encostei-me à janelinha do avião e coloquei as duas mãos em conxa para me proteger da luz interna. Assim, eu praticamente me senti como se estivesse lá fora, olhando o planeta Terra lá embaixo com aquele brilho tênue e prateado da Lua. Com um certo treinamento em outros vôos em perceber a curvatura da Terra e com uma certa capacidade de abstração, senti-me como se estivesse em um vôo sub-orbital ao invés de um avião de carreira.

O planeta Vênus, as cidadezinhas e o brilho lunar

Pouco depois o planeta Vênus, baixando em direção ao horizonte, atingiu a faixa azulada da atmosfera e começou a variar de brilho. Ele acendia e apagava lentamente, sendo que ese efeito ficava cada vez mais intenso à medida que o planeta se aproximava do horizonte. Havia momentos em que chegava a desaparecer, somente para reaparecer brilhando intensamente poucos segundos depois.

O avião começou, então, a descer para pousar em Belo Horizonte, e comecei a fixar meu olhar em Vênus que estava quase encostado ao horizonte. Queria vê-lo se pôr. De fato, poucos minutos depois, ele simplesmente desapareceu como um passe de mágica.

Ou seja, foi um vôo magnífico!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lagoa e Trífida Juntas

Quando notei que as fotos das nebulosas da Lagoa e da Trífida, feitas na investida astrofotográfica à pousada Cainã no começo de julho, compartilhavam uma área comum, resolvi montar uma panorâmica juntando as duas.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Eclipse Total do Sol em 11 de Julho de 2010

Muitas pessoas no mundo assistiam à final da Copa do Mundo entre Holanda e Espanha. Eram 17:08 no horário de Brasília, com o segundo tempo do jogo em andamento, já próximo do final. Mas algumas pessoas se preocuparam mais em saber como estava o tempo na Ilha da Páscoa, pertencente ao Chile. A sombra da Lua projetada sobre a Terra corria o Oceano Pacífico em direção à referida ilha, lá chegando às 14:08 horário local (a ilha está 3 horas atrasada em relação à Brasília). A sombra deixaria o Sol coberto por mais de 4 minutos.

O CACEP (Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná) teve dois representantes na ilha: o Mário Freitas e o construtor de telescópios Sandro Coletti. O tempo colaborou muito, especialmente pelo histórico perturbador da ilha quando à nebulosidade. Chovera bastante no dia anterior. E em muitos outros dias.

Em seu caminho a sombra atingiu a cidade de El Calafate, na Patagônia Argentina, próximo ao pôr do sol local. Lá, também, o tempo colaborara com um céu limpinho. E lá, também, as nuvens tomam conta do céu a maior parte do tempo, historicamente.

O eclipse foi um sucesso nesses dois locais! Como a sombra da Lua pegou oceano na maior parte do caminho, El Calafate e Ilha da Páscoa eram praticamente os únicos locais de terra firme onde o eclipse poderia ser observado.

Algumas fotos podem ser vistas dentro do site Space Weather, no seguinte endereço (não se esqueçam de acessar outras páginas, disponíveis no site):

http://spaceweather.com/eclipses/gallery_11jul10.htm

E dois vídeos aqui:

http://www.solareclipse.es/index_en.html

Aglomerado de Galáxias (Foto 9 da Investida)

Na direção da constelação da Virgem há um aglomerado de galáxias. É normalmente denominado Aglomerado de Galáxias da Virgem. Imaginem que cada uma delas está cheia de estrelas, nebulosas de aglomerados de estrelas tal como a nossa Via Láctea. E são muitas galáxias...

E ainda por cima, da nossa própria Via Láctea somente enxergamos uma pequena porção. Todos os objetos celestes que vemos estão concentrados numa região pequena em comparação à toda a extensão da nossa galáxia. E, quando olhamos pelo telescópio para o aglomerado da Virgem, vemos que existem ainda muitas outras galáxias, cada qual com suas estrelas e objetos celestes!

A foto abaixo mostra algumas galáxias do aglomerado. A mais forte, próxima do centro, é o objeto catalogado pelo Messier como M60. Próximo a ela está a NGC 4647, e temos também NGC 4621, NGC 4606, NGC 4607, IC 3672, ...


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Nebulosa do Anel, da Carina e Galáxia do Sombrero (fotos 6, 7 e 8 da Investida)

Pessoal, estou postando aqui mais 3 fotos tiradas nas investidas astrofotográficas à pousada Cainã, semana passada.

A nebulosa do Anel é o resultado da ejeção de matéria a partir de uma estrela no final de sua vida útil. Já a da Carina é o lar de uma estrela supergigante, chamada Eta Carina.

E, para completar, há inúmeras galáxias no Universo afora, sendo a nossa Via Láctea apenas uma delas. A galáxia do Sombrero fica na direção da constelação da Virgem e recebe esse nome devido ao seu aspecto visto da Terra.

Nebulosa do Anel

Nebulosa da Carina

Galáxia do Sombrero

domingo, 11 de julho de 2010

Nebulosas Ômega e da Águia (fotos 4 e 5 da Investida)

Mais duas nebulosas de emissão, ou seja, que emitem luz motivada por processos químicos gerados por estrelas próximas ou em seus interiores. Ambas ficam na constelação do Sagitário, próximas entre si.

Nebulosa da Águia

Nebulosa Ômega

sábado, 10 de julho de 2010

Nebulosas da Lagoa e da Trífida (fotos 2 e 3 da Investida)

Aqui estão duas fotos já processadas das investidas astrofotográficas na pousada Cainã. A Nebulosa da Lagoa é uma região de formação de estrelas, região essa que tem estado bastante ativa ultimamente, com muitas estrelas nascendo. A Nebulosa da Trífida, por sua vez, é formada por uma nebulosa de emissão (na cor vermelha) e por uma nebulosa de reflexão (na cor azul). Nebulosa de emissão se caracteriza por emitir luz vermelha por processos químicos gerados pelo calor das estrelas em seu interior ou nas proximidades. As de reflexão apenas refletem a luz das estrelas próximas.

Nebulosa da Lagoa

Nebulosa da Trífida

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Panorâmica da Via Láctea (Foto 1 da Investida)

Está pronta a primeira foto processada do conjunto de fotos que tirei nas investidas astrofotográficas na pousada Cainã dias 1°, 5 e 6 de julho. É uma panorâmica da Via Láctea de horizonte a horizonte.

Não esqueçam de clicar na foto para ampliá-la.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Investidas Astrofotográficas

Na última semana os estados do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil estiveram sob o domínio de uma grande massa de ar seca. Em Curitiba, o sol durante o dia todo garantia uma temperatura agradável à tarde mesmo sendo auge do inverno. À noite, estrelas brilhavam pelo menos nas primeiras horas antes da neblina característica da Serra do Mar tomar conta da cidade.

Meu amigo Júnior me convidou para uma investida astrofotográfica na pousada Cainã, na quinta-feira dia 1° de julho, para que ele pudesse tirar fotos para um concurso interno da empresa onde trabalha. Aceitei, fomos lá e foi um sucesso. Ele tirou fotos com exposições muito longas para criar rastros de estrelas, e eu fiz uma foto panorâmica do céu inteiro. Mas com o Júnior querendo mais fotos, combinamos uma nova ida à Cainã para segunda-feira, dia 4.

Na segunda o tempo continuava bom e, dessa vez, fiz algumas fotos de céu profundo. O Júnior continuou com suas fotos. E como a previsão do tempo ainda garantia céu limpo na terça, combinamos uma terceira e última sessão de fotos para esse dia.

Foi o melhor dia. O céu estava mais límpido devido á redução da camada de poluição e pude tirar muitas fotos de objetos de céu profundo, como as nebulosas da Carina, da Trífida, da Lagoa, da Águia, Ômega e do Anel, assim como a galáxia do Sombrero e algumas galáxias na região da Virgem. O aglomerado Ômega do Centauro também foi alvo das minhas lentes.

As fotos serão divulgadas neste blog depois de serem processadas. Aguardem!

domingo, 4 de julho de 2010

Neblina Baixa

Na madrugada de 3 para 4 de julho em Curitiba uma neblina baixa se esgueirou pela cidade. É comum a ocorrência de neblina em Curitiba quase todas as noites, especialmente no inverno, mas normalmente ela é mais espessa.

Esas neblinas são normalmente ocasionadas pelo ar carregado de umidade que vem do oceano. No caminho para a cidade há um desnível de quase 1000 metros, e o ar é forçado a subir. Dessa forma ele se resfria. A umidade, então, se condensa em gotículas de água, iguais às que formam na superfície de uma garrafa gelada ao ser tirada do congelador.



segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um dia de Trabalho

O dia 26 de junho de 2010 foi um dia cheio de trabalhos astronômicos para mim. Primeiro o pôr do Sol às 17:34... cada pôr do Sol é único, e cada um é lindo à sua maneira. Acompenhei-o da janela do meu quarto. O Sol baixava lentamente em direção ao horizonte, até tocá-lo com sua agraciada luz.

Depois, às 17:55, o nascer da Lua sobre as nuvens presentes na Serra do Mar. Saí do meu quarto e diriji-me à janela da sala, voltada para o lado do nascente. Mais uma vez um momento único, especial... a Lua alaranjada surgia, cheia, dando seu espetáculo.

E para às 18:20 estava prevista a ocorrência de um flare de Iridium. Depois de tirar várias fotos da Lua, decidi que era hora de me preparar para o flare. Correria na montagem dos equipamentos, para estar tudo pronto para o evento.

Os satélites Iridium, colocados em órbita para o fracassado projeto de telefonia via satélite, possuem cada um 3 antenas com alto poder de reflexão. Por vezes ocorre que, durante a viagem de algum desses satélites ao redor da Terra, uma de suas antenas reflete o Sol em nossa direção. O que vemos daqui de baixo é um breve lampejo de luz. Breve mas poderoso... no pico de luz, vemos um brilho mais forte que qualquer estrela ou mesmo que o planeta Vênus. Uma foto de um flare revela toda a passagem do satélite, com um risco de luz dotado de um pico de luminosidade.

De fato, passados 17 segundos das 18:20, lá estava ele, passeando pelo céu primeiramente como um ponto fraco contra o fundo azul escuro, mas repentinamente aumentando sua luminosidade até um pico de brilho extremo para, em seguida, voltar a ser o ponto fraco que era antes.